MARINS VIVO15 de setembro de 2011
CONSIDERAÇÕES INTEMPESTIVAS Preciso aprender a pensar, aprender as diversas maneiras e modos de me comportar em público, aprender a ouvir, mesmo que essas informações sejam apenas retalhos do velho guarda roupas da história, preciso compreender a diferença e a diferança do que é uma coisa. O ser tornado esta coisa que pensa, saber o que nasce da experiência de ter-se-tornado o que é originariamente é um modo completamente diferente do comum, do usual, a devastação da linguagem é o papel assumido pela hermenêutica do sujeito, a desconstrução dos valores morais. Uma coisa é ter uma compreensão a partir desta ciência objetivante, é o Was (conteúdo objetivo – que coisa), a outra por se tratar de metodologia é Wie (modo, como), é uma relação não objetivante do fenômeno, que não se preocupa tanto com o conceito formal, com o sentido de conteúdo, mas sim com a relação-intençao-distorção que é o sentido de referência e atuação, o como se dá o fenômeno. Quando faço de mim mesmo estas questões, então a vida se torna um problema para mim. A vida é fabricada a todo instante, a vida não tem lugar naturalmente, ou seja, ela é feita, ela é vivida, ela é experienciada, ela é feita de instantes. Não há uma rejeição ou um niilismo passivo-reativo, mas sim, ao contrário do que pensam, a tarefa do pensamento é de aceitar as diferenças, aceitar o outro, aceitar a angustia e a dor de forma contrária da tradição, não se vitimizando, mas sim se tornando o que se é com dignidade e originalidade. Não evitando as contingências da vida, mas assumindo com dignidade o que se é. Não viver de mascaras ou de títulos, mas ser simplesmente o que se é com autenticidade e originalidade. Porque penso eu estas coisas? Será que elas já nasceram comigo (determinação biológica), ou foram construídas historicamente (determinação histórica). Será que tenho que cair nessa cilada dicotômica que a linguagem dialética assume para fundamentar a sua idéia da razão e da ciência enquanto epistemologia? Cilada esta que busca o apoio e seu fundamento na idéia, na razão e na ciência? Então devo jogar todo conhecimento e toda a cultura humana tanto de reprodução, transmissão e criação como que não servissem para nada? Será que essas idéias são minhas mesmas ou de algum modo são redescrições de vários textos da humanidade? Os professores dizem que não compreendem o jogo da linguagem, a lógica das falácias, a desqualificação, pois nunca estudaram lógica, onde estabelece o princípio de premissas falsas e verdadeiras, os diversos modos de se provar a verdade através da dialética. Os diversos usos da dialética para provarem a sua história, o seu estilo retórico, sua heurística, todas essas lógicas formais de persuasão, foram construídas ao longo da história da filosofia que é a história do próprio homem, pois a história do homem só acaba quando o ultimo homem morrer na terra. Agora para eu poder pensar o que sou, e o que faço, o que habita o meu ser em seu acontencimento-apropriativo, e em minha maneira de existência e de resistência perante as diversas falácias da academia e do poder-saber como forma e corpo de um sistema de proposições lógicas. O que passo a questionar é poder pensar se tenho alguma dignidade para poder pensar? E o que è digno de se pensar? De se questionar, por exemplo: o princípio do fundamento onto-teo-lógico e metafísico. O que é difícil para compreender é de onde se fundamenta, ou seja, qual é o fio condutor que leva a este corte epistemológico da academia, da ciência enquanto verdade e de suas proposições morais? Será que penso estas coisas originariamente ou são apenas releituras dos textos que me vem a pensar neste momento para refutar a imposição do conhecimento? O que busco fazer em primeiro lugar é de me afirmar e ao mesmo tempo me questionar se sou rebanho ou se sou um livre pensador. E nessa luta do meu espírito, do meu pensamento por mais que seja não compreendido, ainda assim, mesmo que tenha o meu corpo domesticado, docilizado, dentro desse trabalho público, não irei desistir a vontade do meu espírito, a abertura para o pensamento sem dogmas da tradição e sentido moral. O intelecto, como um meio para a conservação do individuo, desdobra suas forças mestras no disfarce; pois este é o meio pelo qual os indivíduos mais fracos, menos robustos, se conservam, aqueles aos quais está vedado travar uma luta pela existência com chifres e presas aguçadas. No homem esta arte do disfarce chega a seu ápice; aqui o engano, o lisonjear, mentir e ludibriar, o falar-por-tras-das-costas, o representar, o viver em glória de empréstimo, o mascarar-se, a convenção dissimulante, o jogo teatral diante dos outros e diante de si mesmo, em suma o constante bater de asas em torno dessa única chama que é a vaidade é a tal ponto a regra e a lei que quase nada mais é inconcebível do que como pode aparecer entre os homens um honesto e puro impulso a verdade (Nietzsche, Sobre a verdade e mentira no sentido extra-moral, 1973). Com isto não nego a história, só não penso que sou determinado exclusivamente pela história, não nego a razão, mas penso a sensibilidade, não nego a dialética, o materialismo, mas também não consigo acreditar nas grandes metanarrativas tais como, o racionalismo, o idealismo, o historicismo, o positivismo, como sendo as únicas metanarrativas possíveis no mundo. O difícil é compreender como toda essa história se da na realidade na facticidade da vida comum do ser, se perceber no mundo de maneira existenciaria, não negando o mundo como num niilismo passivo, e reativo. Mas sim compreende-lo e interpretá-lo de modo contrário a tradição da metafísica. Só deste modo penso eu que podemos contribuir para a história do conhecimento, para história das descrições e para a história das interpretações. Não podemos deixar de perceber as peculiaridades da vida, do que é a política, dos preceitos morais e éticos e o que estes tem a ver com o meu simples cotidiano, ou seja, com o que eu sou. E o que eu sou ao me determinar historicamente? Sou uma peça da engrenagem de uma sociedade de classes? Sou o vazio existencial de meu ser? Ou busco algo para me apoiar? Algo em que eu possa acreditar como verdade? Mas e se eu não souber o que é a verdade? De qual verdade estamos falando? A verdade ontológica e humanista? A verdade metafísica positiva? A verdade materialista histórica? A verdade da ciência moderna? A união da lógica, da matemática, e da física como um critério de verdade? O erro é evidente e profundo, enraizado biologicamente e historicamente na história do que é o ser. A metafísica pensa o ser a partir do ente, ou seja, através da coisa, do domínio, da manipulação e transformação. A questão enquanto dignidade de ser pensada é porque existe simplesmente o ente e não antes o nada? O que é o ser do ente? Se essa linguagem não faz parte de meu vocabulário como eu poderia ter me apropriado dela? Se isso tudo é uma fabula, com quem devo dialogar? Será que sou eu mesmo que estou no lugar errado ou não há abertura para o outro, o diferente, o não igual às massas? Se o meu lugar não é ai, onde então habita o meu ser? Na filosofia? No pensamento?ou em uma mão de obra braçal, desprovida da capacidade de pensar perante esta academia?Onde se esconde a verdadeira vaidade? Em qual estado de ânimo me apresento? Do poder da força do conhecimento hierarquizado? Em qual mascara me escondo? È esse o ponto que devemos descrever o que são essas teorias e para que servem? Qual é seu fio condutor epistemológico? A quem de fato privilegiam? Quais são os seus pressupostos filosóficos? Volto a questionar o fim da história e a tarefa do pensamento, ou vamos ter uma visão pragmatista do mundo? Ou uma visão apocalíptica do fim da história como o fim dos homens? Não vou questionar nada? Afinal de contas o grande projeto da modernidade, com seu método de dominar as coisas, os filósofos do sistema, o projeto humanista da metafísica podem prevalecer nas determinações de nossas vidas, ou podemos pensar não categorialmente, mas sim existenciariamente, porque ao invés de dar e transmitir conceitos, não se trabalha com indicadores formais sobre os fenômenos, sobre a facticidade da vida, sobre o ser simplesmente dado ai, e sobre o evento do ser. Serra, 18 de julho de 2011 Dimitri Barreto
EMOÇÕES TÓXICAS
emoções tóxicas Bernardo S tamat eaS Como Se livrar doS SentimentoS que fazem mal a voCê tradução de marCelo BarBão rio de janeiro 2010 Sumário Querido leitor Capítulo 1 - A ansiedade tóxica Capítulo 2 - A angústia tóxica Capítulo 3 - A insatisfação crônica é tóxica Capítulo 4 - O apego tóxico Capítulo 5 - A irritação tóxica Capítulo 6 - A inveja tóxica Capítulo 7 - Os medos tóxicos Capítulo 8 - A vergonha tóxica Capítulo 9 - A depressão tóxica Capítulo 10 - A frustração tóxica Capítulo 11 - A dor tóxica Capítulo 12 - O choro tóxico Capítulo 13 - As culpas tóxicas Capítulo 14 - A rejeição tóxica Capítulo 15 - O ciúme tóxico Bibliografia Notas 7 11 23 35 48 61 76 86 102 114 132 147 166 176 186 195 207 209 Capítulo 1 A ansiedade tóxica Libere-se da ansiedade, pense que o que deve ser, será, e acontecerá naturalmente. Facundo Cabral A ansiedade é a emoção que aparece quando você sente que se aproxima uma ameaça, quando visualiza o futuro de maneira negativa e, em consequência, tenta se preparar para enfrentá-lo. A ansiedade se apoderará primeiro de nossa mente e depois do nosso corpo. Por exemplo, antes de um exame, começamos a ficar inquietos, e depois aparecem as famosas dores de cabeça, o mal-estar no estômago, o suor etc. A ansiedade como reação normal nos permite enfrentar uma pressão externa e se apresenta acompanhada por aqueles temores que todos temos e que nos preservam frente a uma ameaça ou um perigo. Por exemplo, se uma prova se aproxima, a ansiedade pode nos colocar em alerta para nos prepararmos melhor (e estudar). 12 A ans iedade tóx ica Mas o que acontece conosco quando passamos de viver um momento de ansiedade a vivermos ansiosos? Alguém excessivamente ansioso vê cada situação nova, cada mudança, cada desafio que precisa viver como uma tortura, e experimenta um grande sofrimento interior. A ansiedade crônica é tóxica. O problema aparece quando a ansiedade se converte em temor excessivo e irracional de situações que enfrentamos diariamente. Então, isso passa a ser uma emoção tóxica. Essa emoção pode levar ao desânimo, à tristeza e até à depressão ou, em outro extremo, a viver completamente acelerado. Em qualquer um dos casos, a expectativa será que as outras pessoas sigam esse ritmo, o que gera, por sua vez, problemas interpessoais. 1. Em que estou pensando? Faça a seguinte autoavaliação. Pense em quantas vezes experimentou medo, angústia e preocupação perante uma situação de tensão no trabalho, uma viagem ou um exame. Conhece essa sensação? A ansiedade é um estado emocional tóxico que faz com que uma pessoa se sinta inquieta ou temerosa. Quando se espera algo com muita ansiedade, é fácil desanimar e sentir que nada tem sentido ou vale a pena. Com essa emoção à flor da pele, custará muito mais chegar às metas que propusermos. A ansiedade não só nos impede de experimentar emoções positivas, como alegria ou amor, como também não permite que desfrutemos a vida ao máximo. Se você já se vê identificado com tudo isso, vamos ao passo seguinte. Agora o importante é poder descobrir onde começa essa ansiedade negativa para que, com essa descoberta, possamos superá-la e assumir o que tivermos de passar da melhor forma possível e da maneira menos tóxica. A princípio, descobriremos que tudo começa na mente. Alguma vez você prestou atenção em seus pensamentos? Se nunca o fez, tire um tempo para ver em que está pensando e o que “dá voltas em sua cabeça” C a p í t u l o 1 13 a maior parte do tempo. Ali está a chave da ansiedade: em seus pensamentos, naqueles pensamentos que seu cérebro, de maneira errada, interpreta como reais. E ainda que sua razão saiba que não são verdadeiros, você acredita neles em nível emocional, ou seja, sente que são reais. Se seu cérebro acredita que vai acontecer algo ruim, começará a enviar sintomas de ansiedade. Existe um provérbio anônimo que diz: “Você não pode evitar que os pássaros da preocupação e da inquietude voem sobre sua cabeça. Mas pode impedir que façam um ninho em seu cabelo.” Não se contamine com tudo aquilo que não serve, aprenda a descartar de sua mente tudo que intoxica suas emoções. 2. Por que dizem que sou ansioso? Qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência... Não entre em pânico. A ansiedade é uma emoção tóxica muito comum nestes dias. Basta repassar sua atividade cotidiana, seja na universidade, em casa ou no trabalho, quantas pessoas você viu roendo as unhas desesperadamente ou fazendo uma “boquinha” mesmo sem ter fome? Se eu perguntar se você conhece alguém que tenha grandes coceiras em diferentes partes do corpo sem ter supostamente uma causa clara, tenho certeza de que se lembraria de vários casos. E a lista continua... Quantas pessoas gaguejam mesmo em momentos nos quais parece que está tudo sob controle e em calma? Alguns perdem o cabelo, outros sofrem de prisão de ventre e outros de sintomas contrários; algumas pessoas têm febre, outras suam e algumas ficam com a boca seca. Muitas vezes dizemos eu estou tranquilo e, na verdade, essa tranquilidade é aparente, já que todos esses sintomas, quando não têm uma causa física ou orgânica, são um claro chamado de atenção que muito provavelmente está indicando a presença da ansiedade. 14 A ans iedade tóx ica Quando você é uma pessoa muito ansiosa, não só sua mente e suas emoções ficam afetadas, mas também seu corpo. Talvez estejam girando em sua cabeça decisões que precisa tomar, escolhas que precisa fazer, palavras que terá de dizer ou talvez tenha decidido não falar e esperar. Talvez esteja fugindo de situações ou de pessoas que, na verdade, sabe que precisa enfrentar. Nosso corpo tem consciência de tudo isso, ainda que tentemos negar ou queiramos ocultar a verdade. Quando estamos muito ansiosos, procuramos por todos os meios acalmar essa emoção tóxica e recorremos a coisas como comida ou trabalho em excesso ou, o que é pior, à automedicação. Quando soa o alarme? Vejamos alguns dos sintomas mais comuns da ansiedade: • medo ou temor • insegurança • preocupação • apreensão • problemas de concentração • dificuldade para tomar decisões • insônia • sensação de perda de controle da própria vida ou do meio que o rodeia • hiperatividade • perda de interesse • movimentos bruscos • gagueira • tiques nervosos Com o tempo, se a ansiedade não for tratada de maneira adequada, pode afetar seriamente a saúde e levar ao que se conhece como transtornos de ansiedade. Tais transtornos incluem pânico, obsessão-compulsiva e diferentes tipos de fobias. C a p í t u l o 1 15 Alarme duplo! Vejamos alguns dos sintomas mais graves: • palpitações • pressão arterial alta • opressão no peito • sensação de falta de ar • náuseas • problemas digestivos • diarreia • tensão muscular • dor de cabeça • fadiga • suor excessivo • impotência • ejaculação precoce Charles Spurgeon, um reconhecido pastor batista, dizia: “A ansiedade não esgota as angústias do amanhã; só esgota as forças de hoje.” Pensar continuamente no futuro, preocupar-se e desenvolver uma imaginação excessiva a respeito do que pode vir a acontecer — e que, em geral, nunca acontece —, tentar se antecipar, ao amanhã, é realmente cansativo. Nossa mente precisa de descanso; vamos dar-lhe um pouco de paz. E você vai ver que, quando conseguir relaxar, tudo aquilo que inspirava uma ansiedade ilimitada em você, voltará a estar sob seu controle. 3. Ansiedade-Estresse. Estamos falando da mesma coisa? Todos precisamos de um pouco de pressão em nossa vida e isso não tem nada de tóxico. Assim como as cordas do violino, para soarem afinadas, devem estar tensas — porque frouxas demais não soariam e 16 A ans iedade tóx ica esticadas demais se quebrariam — o ser humano precisa também de uma tensão básica. Porém, quando a pressão ou os estímulos recebidos são muitos e todos juntos ou poucos, mas por um longo tempo — ou uma combinação de ambos —, um desequilíbrio é produzido e surge o estresse. Ser obrigado a fazer um teste ou assumir a responsabilidade da família, depois da morte de um ente querido, ou até viver anos junto a uma pessoa que não fala conosco, tudo pode ser um estímulo estressante. Isso vai depender então do tempo e da intensidade com que é vivido. Viver um momento estressante não é a mesma coisa que viver estressado. Um momento de estresse é normal, inesperado e gerado pelo ambiente externo, enquanto que viver estressado é tóxico, procurado e gerado por nós mesmos porque se tornou um hábito e “não sabemos” viver de outra maneira. O estresse surge quando há demandas externas em excesso e seu organismo não consegue enfrentá-las. É uma tensão, uma pressão física e mental que rompe o equilíbrio. Um estudo realizado durante dez anos nos Estados Unidos com pessoas que não conseguiam controlar seu estresse emocional deu como resultado que a pessoa estressada tem uma probabilidade 40% maior de morrer. Só na Argentina, são consumidos milhões de tranquilizantes por ano. Cada vez que o corpo recebe um estímulo externo, ativam-se dois hormônios: a adrenalina e o cortisol. A adrenalina é o hormônio que proporciona energia e força; ao correr pelo corpo, faz com que você se sinta imortal, como se pudesse conseguir tudo que quiser. Essa energia acelera, eleva o nível de excitaw O homem é mesmo peculiar: não pede para nascer, não sabe viver, não quer morrer. Provérbio chinês w C a p í t u l o 1 17 ção, desejo e entusiasmo assim como aguça a visão. Quando uma pessoa guarda para si meses de ira, rancor, quando suporta maus-tratos durante anos e suas feridas se acumulam, a adrenalina é ativada em doses grandes e frequentes, atuando como um veneno. O cortisol é um hormônio bom, porém, ao aumentar de forma excessiva o nível de açúcar no sangue, pode levar ao aumento de peso e à perda de cálcio, magnésio e potássio nos ossos. As pessoas que ao longo de sua vida experimentaram muitas pressões podem acabar se viciando em adrenalina, que será produzida naturalmente no corpo delas. Identificam-se com a violência, precisam sentir pressão e, em geral, praticam esportes de risco e sempre estão buscando briga. Isso explica como alguém, que por muitos anos teve conflitos com seu parceiro, um pai violento ou uma mãe depressiva, nunca consiga relaxar por completo e procure permanentemente um motivo de discussão: porque seu corpo pede adrenalina. Todos reagimos aos estímulos de maneira diferente e o que acontecer em sua vida dependerá de como você interpretar cada um deles. Algumas pessoas se estressam frente a determinadas tarefas enquanto outras, na mesma situação, não se comportam da mesma maneira, pois, apesar de ser o mesmo estímulo, a percepção é diferente. 4. Pequenas atitudes o levarão a grandes mudanças Deixar a toxicidade da ansiedade está totalmente ao seu alcance. Cada uma das pequenas atitudes o levará a realizar grandes mudanças que não são grandes em si mesmas, mas praticadas por certo tempo, ficarão enraizadas em seus costumes. Algumas estratégias e formas práticas para reduzir o estresse e ficar livre de toda ansiedade: w Não conte os dias, faça com que os dias contem. Muhammad Ali w 18 A ans iedade tóx ica • Comece detectando quais são as fontes da sua ansiedade. • Pense agora em todas as coisas que tiram sua paz e tome a decisão de abandoná-las hoje mesmo. • Adote pautas que permitam desfrutar a vida com plenitude e calma. • Faça todo o possível para reduzir ou eliminar por completo todas aquelas coisas que o deixam ansioso. • Desenvolva novos hábitos que, pelo contrário, o ajudem a sentir paz de espírito, alma e corpo. • Não leia notícias ruins o dia inteiro. Todos gostamos de estar bem informados, porém, ler sobre tragédias no jornal ou ouvir o tempo todo o mesmo telejornal faz com que sua ansiedade aumente; será muito mais proveitoso dedicar- se a um bom livro. • Encha sua vida de infomação útil, de dados que o enriqueçam. • Aprenda algo novo todos os dias. • Cuide da saúde de seu corpo. • Procure dormir bem e comer apenas alimentos saudáveis. • Inclua uma rotina de atividade física três a quatro vezes por semana. Está comprovado que o exercício reduz os níveis de estresse. Seu corpo o acompanhará pelo resto de sua vida. É a sua carta de apresentação ao mundo e é tão importante quanto sua alma e seu espírito. Ame-o, cuide e fale bem dele. • Distancie-se da gente tóxica, o que não significa se isolar, mas colocar limites saudáveis. Há pessoas negativas que só gostam de falar dos problemas próprios e alheios. Elas não contribuem com nada significativo em sua vida. Se depender de você, não permita que suas palavras e ações tenham espaço em sua mente e muito menos que determinem seu estado de ânimo. w Você sabia que a paz começa com um sorriso? Madre Teresa de Calcutá w C a p í t u l o 1 19 • Aproxime-se de pessoas com mentalidade positiva. As pessoas de sucesso, que pensam, falam e agem de forma positiva, transmitem paz, entusiasmo, alegria. Todo mundo gosta de ficar rodeado de pessoas assim. Procure-as, observe-as, aprenda com elas, compartilhe momentos. Deixe que sejam suas mentoras. É esse tipo de gente que acrescenta valor em sua vida. • Procure uma pessoa que precise de ajuda. Ajudar alguém desinteressadamente e ocupar-se do outro manterá sua mente longe de problemas e preocupações. • Mude seu foco. • Encontre uma pessoa de confiança. É importante que possa falar de como se sente com alguém que inspire confiança. Isso é tão simples! Falar do que acontece conosco é uma das melhores maneiras de controlar a ansiedade. • Crie o hábito de falar de forma positiva. Não basta só falar, é fundamental aprender a fazer isso de forma positiva. • Considere muito bem suas palavras antes de falar. As palavras são ferramentas que têm o poder de construir ou destruir seu futuro. • Mantenha um registro escrito. Escreva todos os dias as três ou quatro coisas pelas quais estiver agradecido. Concentrar-se nas coisas positivas também afastará de sua mente os pensamentos negativos que levam às emoções negativas e a agir dessa forma. w Antes de iniciar o trabalho de mudar o mundo, dê três voltas por sua própria casa. Provérbio chinês w w Quem tem paz em sua consciência, tem tudo. Dom Bosco w 20 A ans iedade tóx ica • Ria um pouquinho todos os dias. O riso faz com que qualquer carga seja mais leve, e está comprovado cientificamente que produz grandes benefícios no cérebro e no corpo. • Desenvolva sua fé. O oposto do temor é a fé. Se não o fez até agora, comece a acreditar que as coisas vão melhorar e que tudo que fizer vai dar certo. Se tiver expectativa de coisas boas, cedo ou tarde elas virão. • Espere sempre o melhor. Não se conforme com a mediocridade. Você foi criado para a excelência. • Faça algo novo regularmente. Ainda que fique com medo, atreva-se a fazer coisas novas. A coragem não é a ausência do temor, mas a capacidade de agir apesar do temor. • Visualize-se como uma pessoa de sucesso. Antes que algo aconteça em sua vida, primeiro você deve ver com os olhos da mente. Você recebeu a imaginação para se visualizar como o homem ou a mulher que aspira a ser. Alguém de sucesso, seguro de si, otimista, positivo, feliz. Uma pessoa que desfruta a vida ao máximo e sabe como relaxar. 5. Tudo começa em seu interior Tudo começa dentro de você. Se você estiver em paz consigo e com os outros, nada o tirará do lugar. O rei Davi fazia referência às pessoas que encontram a paz e dizia: “É como árvore plantada à beira de águas correntes: Dá fruto no tempo certo e suas folhas não murcham.” Esse tipo de árvore possui um tronco forte que simboliza a autoestima. Viver ao lado das águas significa que, se tiver paz interior, beberá o melhor da vida e os extensos ramos significam saúde nas relações interpessoais. É necessário ir em busca da paz, trabalhar para consegui-la e mantê-la decididamente, aconteça o que acontecer ao seu redor. w Estar em paz com você mesmo é o meio mais seguro de começar a estar em paz com os outros. Frei Luis de León w C a p í t u l o 1 21 Conta a fábula de Esopo que um rato que vivia na cidade ia um dia por um caminho quando foi convidado por outro rato que vivia no campo a comer em sua casa. Lá, ele serviu nozes, favas e cevada. O rato da cidade, muito agradecido, pediu ao rato do campo que fosse com ele para a cidade para se divertir, convite que aquele aceitou com gosto. Chegaram à cidade, entraram em uma rica despensa do palácio onde morava o rato da cidade. Estava repleto de todo tipo de manjares. Mostrando tudo isso, o rato da cidade disse ao outro: “Coma, amigo, coma o que quiser, pois tenho em abundância.” Enquanto comiam alegremente, apareceu o despenseiro e abriu a porta com um grande estrondo. Os ratos, espantados, fugiram cada um para o seu seu lado. Como o rato da cidade tinha lugares conhecidos para se esconder, rapidamente ficou a salvo, enquanto que o outro quase foi pego. Finalmente, o despenseiro foi embora, a porta se fechou e os ratos saíram novamente. — Venha para cá e vamos continuar a comer — disse o rato da cidade. — Já viu quantos manjares temos à disposição? — Sim, muito bom tudo isso — respondeu o camponês. — Mas, esse perigo aqui é muito frequente? — Sim — respondeu o outro —, isso acontece a cada instante e, portanto, não devemos prestar atenção. — Oh! — disse o rato do campo. — Então isso acontece diariamente! Certamente você vive aqui na opulência, porém prefiro muito mais minha pobreza com tranquilidade que sua abundância com tal agitação. Você nasceu para ser livre, não seja escravo de nada nem de ninguém. Não permita que a ansiedade encha sua vida. Concentre-se nas coisas importantes, que são aquelas que multiplicam sua energia; as secundárias a roubam. w Não há caminho para a paz, porque a paz é o caminho. Mahatma Gandhi w w A paz nunca é cara, não importa o quanto custar. Provérbio popular w 22 A ans iedade tóx ica A felicidade é sua herança e seu legado. Ninguém pode tirar isso de você. Não a roube de si tendo emoções tóxicas. Dê a si mesmo a permissão para ser feliz. Celebre a sua vida. Você pode se livrar da ansiedade! w Quem não está preso à necessidade, está preso ao medo: alguns não dormem pela ansiedade de ter as coisas que não têm, e outros não dormem pelo pânico de perder as coisas que têm. Eduardo Galeano w Livre relógios
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